sexta-feira, 11 de junho de 2010

Capítulo 15 – Avaliar as aprendizagens com as ferramentas cognitivas

Os testes, projectos e exames que exigimos aos alunos determinam o que eles estudam e aprendem e o modo como o fazem. A maioria dos alunos pensa que o objectivo da aprendizagem é a memorização do material.

Jonassen (2000) afirma que uma das principais razões pelas quais os alunos não conseguem pensar de uma forma independente é o excesso de confiança dos educadores de todos os níveis de ensino numa única forma de representação de conhecimento.

O problema é representar o que os alunos sabem de uma única maneira e assim envolve-los em apenas um tipo de competência cognitiva.

Se queremos usar as ferramentas cognitivas para envolver os alunos em pensamento construtivo, auto-regulado, critico, criativo e complexo, então somos obrigados a avaliar esses tipos de resultados construtivos e não a aprendizagem reprodutiva.

Segundo Jonassen (2000) os métodos de avaliação tradicionais, principalmente aqueles baseados em formas objectivas de verificação, tendem a descontextualizar a aprendizagem a ser avaliada, focar-se em resultados reprodutivos da aprendizagem, tornar o processo de avaliação artificial e causador de tensão. Estes atributos contradizem os pressupostos e métodos implícitos pelo uso de ferramentas cognitivas.

Pondo tudo isto em causa, Jonassen (2000) põe a seguinte questão: como podemos avaliar de forma a serem captadas todas as aprendizagens usando as ferramentas cognitivas?

A resposta aparece no que resta do capítulo, quando Jonassen (2000) diz que por cada conteúdo a ser estudado, os alunos devem construir duas ou mais bases de conhecimento e também cita alguns dos produtos esperados quando se usam as ferramentas cognitivas: construção, colaboração, auto-regulação e pensamento crítico, criativo e complexo. Isto é o que se deve avaliar nos alunos.

É importante avaliar os tipos e a amplitude de construção de conhecimentos do aluno e não a memorização das ideias previamente mencionadas. Medidas são propostas, por um lado, a redirecção da avaliação para a auto-avaliação dos alunos e por outro lado usar formas alternativas de avaliação que proporcionem aos alunos a oportunidade de expressar o que sabem da melhor maneira.

O objectivo da avaliação com as ferramentas cognitivas é fornecer aos alunos feedback que lhes irá permitir compreender o quanto aprenderam para melhor dirigirem a aprendizagem. A auto-regulação é um elemento indispensável nesta mesma avaliação já que o uso das ferramentas cognitivas promove e exige a auto-regulação por parte dos alunos. Mais uma vez o tipo de avaliação mais importante para promover a auto-regulação é a auto-avaliação, em que os alunos avaliam o que sabem e até que ponto são capazes de aprender determinada competência ou assunto.

Um dos pressupostos mais importantes para Jonassen (2000) é que as ferramentas cognitivas envolvem os alunos em pensamento crítico. Apesar de ser uma faculdade difícil de avaliar, devido ao contexto e as diferentes competências ensinadas, existe uma maneira de atenuar este problema avaliando o produto das ferramentas cognitivas dentro do contexto que é usado.

Apesar de este tipo de avaliação requerer mais esforço por parte do professor e que ele abdique parte da sua autoridade, vai permitir que os seus alunos construam um conhecimento mais flexível, significativo, estável e transferível do que simplesmente se ditar objectivos e produtos da avaliação. Irá ajudar os alunos a tornarem-se mais pensativos e auto confiantes, qualidades essenciais para um bom aluno.



Resumo do Capítulo 15 – Avaliar as aprendizagens com as ferramentas cognitivas do livro de David H. Jonassen chamado Computadores, Ferramentas Cognitivas – Desenvolver o pensamento critico nas escolas da Colecção Ciências da Educação Século XXI – Porto Editora 2000.


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